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"Desabafo de um Professor Contratado"

Ontem (30/08/2013), mais uma vez, não foi um bom dia para os professores contratados, pois o desprezo e desconsideração do Ministério da Educação por quem, ano após ano, trabalha nas escolas em condições difíceis e precárias, atingiu níveis incomparáveis.

Os sentimentos de injustiça e frustração são profundos e transversais a todos os que investiram largos anos das suas vidas numa carreira que, dizem-nos agora, é impossível de alcançar. E, pior, a desilusão ainda é maior porque quem deveria ter feito alguma coisa por nós nos deixou completamente ao abandono, em especial os sindicatos que, para sermos justos, estão muito bem para os incompetentes que nos desgovernam na 5 de outubro. O que ontem foi revelado é muito mau e poderia ter sido enfrentado na altura certa. Não foi por falta de aviso. Foi apenas por desinteresse e incompetência dos que nos governam e dos que nos representam. Agora é chorar sobre o leite derramado e tudo o que se fizer é propaganda que não serve a nenhum professor contratado.

Por isso pergunto:

1. Como foi possível permitir que os professores contratados não ficassem a conhecer a sua colocação ainda antes do início de setembro? Será que não teria sido possível ter as listas da mobilidade publicitadas há 15 dias para que agora se publicassem as de Contratação Inicial tal e qual como acontece todos os anos?

2. Como foi possível permitir que milhares de professores contratados, grande parte com mais de 10 anos consecutivos ao serviço da escola pública, fiquem 15 dias em suspenso com as suas vidas e dos seus familiares que deles dependem à espera de não se sabe bem o quê? Como foi possível permitir que a escola pública dispensasse os professores contratados de uma preparação correta e atempada do ano letivo?

3. Como foi possível permitir que todos os professores contratados, incluindo os eventualmente colocados em contratação inicial para este ano letivo, tivessem que ser humilhados com a obrigatoriedade de irem ao centro de emprego se inscreverem como desempregados?

4. Como foi possível permitir que as escolas públicas pudessem colocar professores a lecionar determinadas disciplinas, sem nenhuma habilitação profissional ou própria para tal, em prejuízo da qualidade da escola pública quando ao mesmo tempo impõem uma prova de aptidão aos professores contratados devidamente qualificados?

5. Como foi possível permitir que os professores contratados fossem obrigados a concorrer a dois megas QZP's (na prática 4 ou 5 QZP's antigos) quando até os próprios professores do quadro, os únicos em que esta medida poderia ter algum efeito de poupança, ficaram apenas obrigados a concorrer a um?

6. Como foi possível permitir que, num ano de redução drástica de horários e em que as escolas públicas estão impedidas de renovar os contratos dos seus professores, se permita que, nas escolas TEIP's e de Autonomia (que nascem como cogumelos), professores, com graduações muito, mas mesmo muito, inferiores, colocados o ano letivo passado em contratação de escola, sabem deus e a inspeção em que condições, tenham essa possibilidade?

7. Como foi possível termos chegado aqui?


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