.
..INÍCIO
..3º CICLO
..SECUNDÁRIO
..EFA/RVCC
..OUTROS RECURSOS
..TEXTOS EDUCAÇÃO
..LINK'S ÚTEIS
..DÚVIDAS |
|
"Pontos de Discórdia"
1. Os sindicatos têm-se servido da insatisfação dos professores para, com sucesso, construírem um clima de receio e boicote nas escolas baseado em argumentos enganosos, que os professores acolhem sem espírito crítico nenhum (por exemplo, muitos professores estão convencidos que nunca mais vão progredir na carreira quando, em boa verdade, apenas uma avaliação negativa o impede; Muitos professores estão também convencidos que os avaliadores partilham das mesmas quotas dos avaliados, quando está regulamentado que existem quotas próprias para avaliadores e avaliados).
2. Os números impressionantes das manifestações assentam num conjunto de motivos que vão para além da história da avaliação docente - o bode expiatório dos professores. Contudo a maior parte dos professores não quer esta nem nenhuma avaliação. Aliás, quer a que havia, porque é a única que garante que todos cheguem, sem esforço, sem incómodo e sem diferenciação, ao topo da carreira (ou então querem uma que não existe, que vai dar ao mesmo).
3. Apesar deste modelo de avaliação não ser perfeito e carecer de muitas melhorias é o modelo que, entre todos os disponíveis, melhor serve o interesse da escola e dos professores. Imagine-se, por exemplo, uma avaliação externa e o pandemónio que não seria nas escolas (gostaria de ver os professores a serem avaliados por um inspector que fosse à escola uma ou duas vezes por ano e que avaliasse os professores de áreas tão diferentes como Educação Visual, Alemão ou Matemática). Os professores têm o dever de experimentar este modelo e, de boa fé, contribuir decisivamente para a sua optimização e operacionalidade. Era nisso que deveriam investir o seu tempo e empenho.
4. Muitos professores queixam-se da burocracia do processo de avaliação quando são os próprios, em cada escola, que definem quais os papéis que é necessário preencher e produzir. Ou seja, sempre que se dá à escolas poder decisório para fazer qualquer coisa de importante, invariavelmente, tem de haver um despacho para ensinar aos professores o que fazer exactamente, porque estes só complicam e burocratizam a coisa.
5. Quando alguns professores dizem, os avaliadores em particular, que estão sem tempo para preparar as suas aulas, não dizem a verdade. Os professores avaliadores - que são todos do 8º, 9º ou 10º escalão – têm 5 a 8 horas semanais para avaliar os 6 ou 7 professores a seu cargo (ou seja por cada ano lectivo têm no seu horário, pelo menos 250 horas para dedicar à avaliação). Note-se, no entanto, que neste início de processo é normal que se perca muito mais tempo que o disponível, afinal só agora é que as escolas estão a construir os instrumentos de avaliação.
6. Quando se diz que este processo está a afectar o normal funcionamento das aulas e a prejudicar a qualidade do ensino também não se fala a verdade. Aliás, desde que se sabe que a assiduidade é um factor de avaliação, poucos são os professores a faltar. Mais, ao contrário do que dizem, nunca como agora houve tanta preocupação com os alunos, com as suas aprendizagens e com o seu sucesso.
7. Os professores não querem hierarquias nem responsabilidades que os diferenciem, isto é, querem ser todos iguais e não aceitam a categoria de professor titular. Mas já não se incomodam tanto quando alguns, sem nenhum mérito além da antiguidade, chegam ao topo da carreira ganhando o dobro (2200 euros) com metade do trabalho (12 horas lectivas semanais) de um professor contratatdo. Afinal, mais cedo ou mais tarde, todos esperam lá chegar.
8. As injustiças reveladas com a criação da categoria de professor titular veio confirmar que a avaliação que havia não valia nada, por isso é que não foi possível escolher os melhores, e que é urgente implementar uma avaliação que, de facto, diferencie e premei aqueles que o merecem.
Clique aqui para voltar aos Textos Educação!
|
|
© 2014 João Narciso.
|